sexta-feira, 25 de junho de 2010

A GRAVAÇÃO

No dia 16 de junho de 2010, a Engel Cinema realizou a gravação de sua cena, com base no neo-realismo, que fazia parte do filme coletivo da turma de Jornalismo do 5º período da PUC-PR. Tomamos a decisão de escolher uma situação em que ficasse claro algumas características do neo-realismo, como por exemplo: a questão da mostra da realidade envolvendo a história dos atores, a utilização de atores não profissionais, e uma linguagem mais simples, feita para trazer uma critica social embutida dentro dela. Tivemos dentro dessa produção, pontos positivos e negativos, que serão relatados logo abaixo, esperamos que assim, possamos aprender com os erros e melhorar ainda mais no futuro, não os repetindo.




PONTOS POSITIVOS



-Atrizes: As 2 atrizes, Emanuelle e Daniela, tiveram boa participação durante a realização das filmagens. Ambas decoraram bem o texto, entenderam a situação da cena e conseguiram não se desconcentrar com as buzinadas e “tiração” de sarro dos motoristas que passavam perto do local. Aliás, ficou comprovado q hj seria mto mais difícil de gravar um filme neo-realista, não é fácil controlar uma multidão em polvorosa e que não pode ver uma câmera.



-Atitude do “atordoado” Tarek Omar: Em dado momento das gravações, Tarek Omar, interpretando o papel do mendigo, resolve embarcar no personagem e primeiramente brincando, começa a pedir esmola na rua a quem por ali passava. A brincadeira começou a se tornar séria e então gravamos estas situações de Tarek com os “atores não profissionais”. A mistura acabou dando certo e conseguimos sem querer, boas cenas que foram utilizadas dentro do filme, justamente pq, aquela era uma realidade que nos cerca, uma realidade ali forçada, mas não a ponto de ser enganosa, uma vez que os pedestres não sabiam que aquilo estava sendo filmado, já que ao lado do mendigo, ocorria a gravação de nossa cena.



-História: Apesar das falhas técnicas que serão aprofundadas nos pontos negativos, conseguimos um bom nível no que diz respeito à história que gostaríamos de passar ao nosso público. Existiram nela características do neo-realismo, como a critica a uma sociedade que julga pela aparência, dentre outras coisas. Aliado a isso, ficou evidente uma lição de moral a aqueles que julgam, mais não aceitam ser julgados. Nesse sentido, acredito que conseguimos atingir nossos objetivos.




PONTOS NEGATIVOS



-Trabalhar a trilha sonora: Por falta de tempo no estúdio e também devido a uma crise de inspiração, não utilizamos recursos técnicos com som para engrandecer a obra e dar um teor ainda mais neo-realista em determinadas cenas. As participações do mendigo, que por problemas técnicos estavam sem som, deveriam ter sido cobertas com uma trilha que se correlacionasse ao acontecimento e o tornasse característico daquela tomada. Foi um erro grave em meu modo de ver.



-Erros na divisão de tarefas: O grupo ainda precisa definir melhor o que cada um faz. Não se pode deixar sobrar tudo apenas para uma pessoa, ás vezes, vai de cada saber que não está fazendo nada e precisa ajudar. Por outro lado, cabe ao coordenador da agencia dividir melhor as tarefas e transmitir aos seus “subordinados”, o que devem fazer. Trabalhando em conjunto e com cada um tendo sua posição definida, fica mais fácil realizar um bom trabalho. Quem sabe se tivesse sido feito dessa maneira, mtos dos erros que tivemos não teriam acontecido.



Falta de concentração: Cito: As vozes de fundo que atrapalharam algumas cenas, detalhes de continuidade que passaram despercebidos, enfim, faltou foco. Acredito que só errando a equipe irá conseguir aprender a melhorar nesse sentido.



O Local: Poderíamos ter conseguido imagens melhores e com detalhes mais evidentes que nos remetessem ao neo-realimo. Na realidade, conseguimos fazer o que podíamos no local em que gravamos, faltou então ter realizado a produção em um outro perímetro que nos desse um enfoque maior a cena e transmitisse melhor toda a situação que os personagens estavam vivendo.




É isso, foram apresentadas aqui, apenas algumas reflexões que podem servir de base para que futuros erros não se repitam, em suma, toda a equipe fez o que pode e não demonstrou corpo mole perante o que era pedido. Faltou uma melhor organização e mais feeling de alguns membros da equipe, para que percebessem que poderiam ter ajudado em determinadas situações que não lhes cabiam, mas que eram interessantes e necessárias.




Luiz Henrique de Oliveira

Coordenador Engel Cinema

quinta-feira, 17 de junho de 2010

CARACTERÍSTICAS NEOREALISMO - LADRÕES DE BICICLETA -

Quais são os detalhes presentes em Ladrões de Bicicleta que tornam evidente o que é o neo-realismo e como ele passa a influenciar a história do cinema? Vamos a eles:



Questão Social: Uma Itália sofrida, quase nas ruínas. com problemas sociais evidentes e claros. Isso é mostrado por diversas vezes na produção, principalmente no início quando é evidenciada toda a dificuldade dos cidadãos em conseguirem um emprego. Além disso, o autor demonstra sempre a intenção de focar nessas multidões pobres e sofridas, seja com estas se divertindo ou então realizando seus prazeres com pouca coisa, já que era apenas isso que podiam ter naquele período.




Consequências da Guerra: É mostrado em alguns momentos imagens de uma Itália em busca de sua reconstrução, além disso, por diversos momentos alguns figurantes comentam e falam sobre a guerra. É engraçado notar que o protagonista não fala sobre o tema, quem realmente toca no assunto são outros pessoas, quem sabe seja uma escolha do autor, para não evidenciar tanto a questão, mas mostrar pelas entrelinhas como ela influenciou em todo o contexto.



Temas do Cotidiano: Diversas cenas retratam o dia a dia dos italianos e mostram as consequências da guerra dentro de uma família, situações que todos passavam no período, mas apenas viam e refletiam com o filme, podendo ir a fundo e ver que o problema estava generalizado. O próprio roubo da bicicleta entra nisso, é feito quando o protagonista está trabalhando e a maioria dos civis nem se preocupam com o furto, parecendo estarem acostumados com aquilo. E assim vai sendo durante toda a produção, a ida a um restaurante, o dia do jogo, enfim, temas do cotidiano sendo os responsáveis pelo desenrolar da história.




Anti-Estúdio: A maioria das cenas são feitas ao ar livre, poucas são realizadas em ambientes fechados. Característica marcante do neo-realismo e evidenciada nesse filme.




Coletividade: Entra nas questões sociais, embora o filme também foque na história do personagem, o tema dele está totalmente ligado a coletividade e ao momento vivido pelos indivíduos desta. Ele é apenas um exemplo dentro da multidão, escolhido para trazer a tona toda a problemática existente no período.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ladrões de Bicicleta, Vittorio de Sica 1948


Ladrões de Bicicleta é um dos mais aclamados filmes do Neo-Realismo Italiano, período, que como vimos anteriomente no blog, contava histórias de consequência da guerra que acabava de ter chego ao fim, no meio dos anos 40. O filme é uma obra de Vittorio de Sica e foi lançado em 1948. A história se baseia no desempregado Antonio Ricci, que em meio a uma sociedade italiana caótica com o fim da segunda guerra mundial, acaba arranjando um emprego no qual era dependente do uso de uma bicicleta para se locomover, e conseguir assim, colar os cartazes que garantiriam seu ganha pão. O emprego seria algo de grande valor para Antonio, uma vez que em seus cálculos, lucraria uma bom dinheiro, porém, havia um problema que acaba sendo fundamental no desenrolar da trama: Antonio não tinha uma bicicleta e como não podia deixar de aceitar esse emprego, já que a lista de espera era enorme, como notamos na primeira cena do filme, ele acaba tendo que mentir, afirmando que tinha o meio de locomoção. Para conseguir a bicicleta, ele vai para sua casa onde ao lado de sua esposa Maria, vende alguns de seus pertences para poder comprar o objeto. Nesse inicio de produção, já conseguimos notar diversas características do neo-realismo, a primeira é uma Itália em ruínas com diversos problemas de ordem social, a segunda é o enfoque na simplicidade das cenas, sempre com uma multidão de pessoas em praticamente todas as tomadas e com um fundo musical presente, seja com trilhas que aumentassem a dramaticidade da situação, ou com vozes, em momentos que o protagonista estava no meio das multidões, aumentando a realidade e nos inserindo no contexto, mesmo com o espectador não estando lá de corpo presente.


Feliz com a bicicleta e conseguindo iniciar sua carreira como colador de cartaz, é possível começar a presenciar como era o dia a dia de Antonio em sua casa, e o carinho dele para com seu filho Bruno. Abrindo um parêntese, no percurso de pai e filho até o trabalho, é impossível não relembrar de “A vida é Bela”, de Roberto Begnini, filme vencedor de Oscar e com vários traços do neo-realismo. Voltando a Ladrões de Bicicletas, em um destes dias, Antonio acaba tendo sua bicicleta roubada, o que joga no lixo toda sua possibilidade de crescer na vida e isso acaba levando o filme a um novo rumo, como veremos nos próximos parágrafos. O interessante é que o autor frisa na importância dessa bicicleta, fazendo uma crítica a sociedade de consumo, e porque não, ao futuro dos trabalhadores, mostrando que um instrumento de locomoção era mais importante do que a própria presença de Antonio, assim como acaba sendo atualmente na relação pessoas/computadores.


Desesperado atrás da bicicleta, Antonio e seu filho Bruno, companheiro inseparável, saem à caça do objeto furtado. Notamos o descaso da policia italiana com relação ao roubo de um mero trabalhador endividado, também vemos diversas críticas a uma sociedade na qual as pessoas são julgadas pela aparência, isso ocorre quando pai e filho vão a uma pizzaria e acabam sendo malvistos pelos frequentadores do local. Também podemos perceber em diversas situações, um andar cabisbaixo e até em alguns momentos “corcundas” de Antonio e Maria, que certamente visam demonstrar uma inferioridade deles diante dos demais figurantes, isso devido à situação calamitosa em que viviam e aos julgamentos que sofriam. Mesmo tendo bastante ênfase na multidão e fazendo uma crítica a sociedade italiana e ao momento em que o país vivia, o filme também foca suas atenções para as relações pessoais do protagonista, em especial com seu filho, como no momento em que ele o agride e depois se arrepende, quando pensa que o menino estava sendo afogado. Mas, ainda assim estas relações estão sempre presentes em meio ao contexto social, e não acabam sendo banalidades dentro do filme, elas estão ocorrendo devido a todo o sistema e todos os problemas que os personagens vinham passando, Antonio só deu um tapa em Bruno pelo “stress” da situação do roubo da bicicleta, aliado a angustia na busca por encontrá-la.


Desistindo de encontrar seu meio de locomoção, Antonio Ricci toma uma atitude drástica, que acaba deixando quem assiste apreensivo, principalmente pela trilha sonora dramática inserida na situação. Ricci para tentar salvar sua vida e deixar de ser um miserável, se vende ao sistema, e busca uma solução mais fácil, tentando roubar uma bicicleta de outra pessoa. O que nos leva a pensar: será que o primeiro ladrão não roubou devido a estar vivendo uma situação complicada, assim como Antonio? Mas, diferente do que aconteceu com o primeiro ladrão, agora o protagonista acaba se dando mal, e é imobilizado pela multidão, ela mesma, sempre presente no filme. Quando você está puto, emocionado e triste ao ver que tudo dá errado com aquele cidadão, Bruno aparece chorando e desesperado atrás do pai, fazendo com que o homem lesado resolva soltar Antonio, dando uma última chance para o agora desempregado, isso é um final feliz? Não, mas o diretor nos mostra que o que é ruim, poderia ser ainda pior e esse era a sociedade do pós guerra na Itália, queiramos ou não.


E assim termina essa belíssima produção, um filme profundo, com várias críticas ao momento vivido na Itália, com apelo sentimental, enfim, uma obra que exemplifica bem, o que foi e quais eram as características principais do neo-realismo italiano. Em um próximo post, esmiuçarei características desta escola e quando elas estão presentes no filme, para que assim, a Engel Cinema, consiga focar e buscar uma produção que siga a mesma linha dessa importante escola do cinema mundial.

Autor: Luiz Henrique de Oliveira

sexta-feira, 28 de maio de 2010

ALGUMAS PRODUÇÕES DO NEO-REALISMO ITALIANO

Ossessione, 1942, Luchino Visconti

Uma das primeiras obras do neo-realismo que acabou sendo implacavelmente perseguida pelas autoridades, sendo censurada e praticamente destruída. No final da guerra, não havia disponíveis cópias do filme, a perseguição se deveu pela critica aos rumos que a Itália vinha tomando que eram evidenciados na produção.


Roma, Cidade Aberta 1945 Roberto Rosselini

Essa obra marca o surgimento do cinema que tratava da situação social rural e urbana que acontecia na Itália com o fim da segunda guerra mundial. Como o público alvo era as classes menos favorecidas, o autor adotava uma linguagem simples e sem muita complexidade, que veio a se tornar característica do neo-realismo. O filme possui imagens clandestinas registradas durante o período de guerra, que fazem das pessoas comuns atores da produção.


Paisà 1946 Roberto Rosselini

Outro filme com características neo-realista em que o autor busca explorar o contato entre o povo americano e italiano, visando fazer uma apologia à liberdade e mostrar a importância da luta pela igualdade entre classes e povos.


Ladrões de Bicicleta Vittorio de Sica 1948

Mais um filme que tratava de questões da realidade, mostrando o que acontecia com o “povão”, também é um marco pela utilização na produção de atores não profissionais.

sábado, 22 de maio de 2010

NEO-REALISMO E SUAS QUESTÕES


Como vivia a Itália no surgimento do neo-realismo? Vivia as ruínas do pós guerra, com perdas econômicas, humanas e financeiras. Além de não haver dinheiro nem para a alimentação da população, o sul do país, chamado de Mezzogiorno, ainda era palco de batalhas entre os exércitos aliados e alemães, ou seja, o grosso da guerra havia acabado, porém, ainda haviam focos de conflitos em regiões mais afastadas. Mesmo com todos esses problemas, o neo-realismo foi possível de ser realizado, o que para muitos era algo improvável, desta feita, alguns princípios foram fundamentais para o funcionamento desta escola, dentre eles:

1- A utilização de pessoas comuns como atores dos filmes. Mesmo com estas não tendo contato nenhum com as câmeras em suas vidas, elas eram peças fundamentais na produção, o que consequentemente barateava e simplificava seus custos;

2-Filmagens ao ar livre, deixando de lado a utilização de estúdios, e trazendo a tona as maravilhas naturais e equívocos sociais da Itália, fazendo até mesmo um contraste entre ambos;

3-Ao não utilizar estúdios e dispensar em algumas produções atores, ocorria um consequente barateamento nos custos, o que não gerava um empobrecimento na produção;

4-Temas atuais do cotidiano, aquilo que estava em foco na sociedade, gerando curiosidade e reflexão nas pessoas que assistiam aos filmes. Além disso, as obras traziam a possibilidade de você assistir algo que acontecia em outras regiões das quais as pessoas não tinham contado.



Os temas tinham cunho social, apelando para o sentimental, mostrando por diversas vezes a exploração e lutas da classe trabalhadora, o simples acabava se tornando complexo em meio à possibilidade de reflexões que as obras traziam a tona para o espectador. Em muitas destas produções, os próprios nativos da região eram os protagonistas, o que dava mais ênfase no “realismo” deste período. Com o neo-realismo ficou provado que era possível fazer cinema sem recursos, mas com qualidade, sendo assim uma escola marcante na história cinematográfica. Um estudante de cinema, jornalista, precisa e deve conhecer o neo-realismo para compreender o cinema atual e analisar obras que trazem a tona este cunho social.

A Engel Cinema espera conseguir traduzir estas problemáticas em sua análise do neo-realismo, os períodos conturbados são aqueles que mais trazem a tona questões recorrentes nesta escola, e embora muitos pensem que não vivemos uma época propicia para este tipo de produções, a realidade é outra e pode ser encontrada em nossa própria cidade, e como não, do lado de nossa universidade(Vila “Pinto”).

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O NEO-REALISMO



O neo-realismo foi uma corrente artística de meados do século XX com uma ideologia marcante de esquerda/marxista. Esta corrente teve diversas ramificações nas artes, mas conseguiu seu apogeu no cinema, isso devido à maior influencia que uma obra cinematográfica tem perante o seu espectador, além de que, atende um público muito maior em um curto período de tempo. Desta feita, diversos autores utilizaram-se do cinema para divulgar suas obras com caráter ideológico no período do neo-realismo.


A corrente teve seu ápice nas décadas de 40 e 50, e buscava em suas obras transmitir através de características marxistas a consciência de classe e suas lutas, tendo como base os conflitos sociais e defendendo os menos favorecidos, como camponeses e operários. O neo-realismo e suas correntes são vistos como algo que analisa, agride, protesta, tentando tomar uma visão critica das relações sociais.


A principal corrente cinematográfica do neo-realismo foi o cinema italiano. Este período ficou conhecido como o apogeu do cinema deste país europeu, ele nasceu num momento critico da história italiana, após o término da segunda guerra mundial. Amanhã será postado no blog, algumas das principais produções cinematográficas deste período.

sábado, 1 de maio de 2010

MAKING OFF GRAVAÇÃO DE CENA JANELA INDISCRETA

OS 2 PERSONAGENS PRINCIPAIS DE JANELA INDISCRETA



L. B. Jefferies


Quem é Jeff no filme Janela Indiscreta? Um solteirão de idade avançada que apesar de ser apaixonado pela bela Lisa, morre de medo de se casar. Podemos analisar Jeff de 2 maneiras, na primeira, vemos um solteirão que perde tempo bisbilhotando e xeretando a vida dos outros, e que com isso, acaba deixando suas próprias responsabilidades de lado. De outra maneira, vemos um homem determinado a fazer justiça, que percebe atitudes estranhas em um dos seus vizinhos e vai até o fim em busca de uma solução para o caso. Aí está mais uma magia de Hitchcock, ele consegue nos disponibilizar diversas análises sobre um de seus personagens, fazendo com que Jeff, seja muito mais do que simplesmente o protagonista mocinho do filme, ele também é alguém complexo e com defeitos claros, como o fato de ter medo de encarar suas responsabilidades e se casar com Lisa. Jeff é fotografo e passa o filme sem praticar sua profissão devido a um machucado na perna, não é dito escancaradamente na produção os motivos que levaram a enfermidade de Jefferies. Ele parece ser um homem de bom papo, com amigos fiéis e que consegue manter a seu lado as pessoas de quem gosta, mesmo com os seus defeitos já ditos acima. Esse é Jeff, o protagonista do filme Janela Indiscreta, interpretado por James Stewart, ator acostumado a fazer produções de Hitchcock, destaca-se, Festim Diabólico.


LarsThorwald


Interpretado por Raymond Burr, Thorwald é o típico personagem assassino frio e calculista de Hitchcock, assim como foi Brandon em Festim Diabólico e Norman Bates em Psicose, com a diferença que Thor é visto sempre de maneira longínqua, o que nos faz ter duvidas sobre o fato dele realmente ser um mau elemento ou não. As frases de Thorwald são quase nulas durante o filme, o julgamento do espectador para com o assassino se dá apenas por gestos e atitudes que ele toma sendo vistas pela janela de Jeff. Não temos claramente os motivos que levaram Lars a assassinar sua esposa, tudo que temos é um sujeito que demonstra braveza e com um aspecto assustador, típicos dos vilões de Alfred Hitchcock e que nos leva a temermos e querermos o mal a esse intrigante personagem.

sábado, 24 de abril de 2010

CARACTERÍSTICAS DE HITCHCOCK, PARTE 1



Hitchcock e suas características

A repórter da Engel Cinema, Ana Lúcia de Paulo Superchinski, participou de uma palestra sobre Hitchcock com o cineasta Alysson Muritiba, realizada no dia 16/04/10, na Livrarias Curitiba do Shopping Estação. A partir de hoje, diariamente, estaremos postando aqui características de Alfred que foram passadas na palestra e que Ana Lúcia em um trabalho minucioso, trouxe para a Engel Cinema. Espero que gostem, conheçam, Alfred Hitchcock e parabéns a Ana Lucia por esse importante trabalho.


OS 2 PERSONAGENS PRINCIPAIS

-Em todos os filmes do Hitchcock há dois personagens principais, que não são os grandes atores e atrizes cuja carreira acompanhamos ao longo do tempo e que se confunde com a história do cinema, mas sim a câmera e o espectador. “A câmera em Hitchcock está extremamente presente, e o filme só se completa, só tem o impacto que tem, porque nós espectadores somos levados em conta o tempo todo”. Em entrevista a François Truffaut, ele disse que realmente não tinha o menor sentido fazer um filme, que é algo extremamente complicado, gastando milhares de dólares nisso, se não fosse para levar o espectador em conta, isto é, quem está pagando o ingresso. No entanto, Hitchcock não tratava o espectador de maneira vulgar, gratuita, como faz o cinema comercial. Os filmes eram feitos em várias camadas, ou tramas, por isso eles agradavam a tanta gente, tanto à crítica como ao público, pois quem buscava entretenimento encontrava, quem buscava as substâncias mais quentes, reflexões, e Hitchcock fez muitas reflexões nos filmes dele, tanto sobre coisas da sua época como sobre o próprio livro do qual ele tirava o filme, encontrava. Talvez esta geração mais jovem, que esteja acostumada com os videoclipes da MTV, a “geração MTV”, se sinta enfastiada de ver os filmes de Hitchcock, que não têm nenhum efeito especial, não são tão ágeis quanto a MTV. Mas são filmes que conseguem prender. Nós conseguimos se lembrar e se entusiasmar com a história de um filme como “Psicose”, enquanto que os críticos de hoje ainda conseguem extrair as reflexões desse filme, acerca da sexualidade, da relação edipiana entre mãe e filho, todos os psicologismos estão aí. Nós podemos ver “Janela Indiscreta” simplesmente como a história de um solteirão que não quer se casar e não tem nada melhor para fazer do que ficar espiando a vida do outro, mas também podemos vê-lo como a maior e mais bela reflexão jamais produzida sobre o próprio cinema. Hitchcock se firmou como um grande cineasta por não tratar o público de maneira vulgar, mas sim levando em conta o espectador médio, o espectador acima da média e o espectador abaixo da média.


AS APARIÇÕES DE HITCHCOCK

-As aparições do diretor no filme, uma marca registrada, acontecem desde o terceiro filme inglês dele, “Inquilino Sinistro” (“The Lodger”, no original), geralmente no começo, quando a história e os personagens estão sendo apresentados, quando ainda não há tanto envolvimento do público com o filme, e não existe tanta atenção também. Imaginem se, numa cena de assassinato, de repente aparecesse o Hitchcock? Ia desviar completamente a atenção do assassinato. Então, ele passou a aparecer nos primeiros quinze, vinte minutos do filme, e são sempre aparições rápidas, que acabou contribuindo um pouco para a publicidade dele. Mas isso é mais uma curiosidade do que uma característica do seu cinema.


AMANHÃ: Hitchcock e o Voyeurismo

sexta-feira, 23 de abril de 2010

ROTEIRO DE GRAVAÇÃO

Iremos realizar a nossa gravação por partes, facilitando a vida de nossos atores e para que desta maneira consigamos agilizar o processo de gravação. Em seu livro “Cinema, O Mundo em Movimento”, Inácio Araújo mostra que os grandes filmes não são gravados em uma forma linear, como somos acostumados a ver na produção pronta, na realidade, a gravação é descontínua e apenas na edição algumas partes são juntadas. Dessa maneira, aprendemos muito com a leitura do autor, já que ao entender como pode-se facilitar um processo de gravação, você acaba diminuindo o seu trabalho e fazendo com que um ator amador, como nós seremos nessa gravação, possa gravar em sequencia e se ambientar mais facilmente ao que é pedido.


Exemplo prático em Janela Indiscreta: Ao gravamos uma cena dando ênfase na porta.

Precisamos da porta logo após o telefone tocar e posteriormente após Jeff esperar Thorw, as cenas são na mesma tomada mas não em sequencia, é muito mais simples e facilitador para nós gravamos a porta duas vezes seguidas, já que em uma ela está parada e na outra se movimenta, isso porque a cena será feita no mesmo local e com o mesmo plano e câmera, assim gravando seguidamente poupamos trabalho e locomoção de equipamentos. Essa é a lógica que Inácio Araujo nos passa e que tentaremos utilizar em nossa regravação, vamos ver quais serão os resultados.

Antes de mostrar um exemplo de nosso roteiro de gravação, vale lembrar que Alfred Hitchcock não tinha essa possibilidade em Festim Diabólico, ali era tudo seguidamente, sem as possibilidades tecnológicas que temos hoje, mais um dado que mostra a importância de Hitch na história do cinema.


Exemplo roteiro de Gravação

O número ao lado é o número da tomada da cena, exemplo 1- primeira tomada, 23- vigésima terceira tomada da cena, ou seja, algo que acontece no meio da cena...

PORTA

5-Plano geral / câmera subjetiva (Jeff) (porta do escritório) / (mais barulhos são ouvidos)

10-Detalhe (porta)

14-Plano geral da porta – Câmera subjetiva

16-Plano geral da porta com movimento leve para cima transformando em plano fechado no ator que adentra a sala. Câmera subjetiva (Jeff)

17-Plano conjunto de Jeff. Câmera subjetiva do ator que adentra o escritório.


Enfim, estes meios de facilitar nosso trabalho serão utilizados em nossa regravação, preparamos um roteiro prático completo para facilitar nosso trabalho no momento em que estivermos gravando.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

FESTIM DIABÓLICO, DE ALFRED HITCHCOCK


Festim Diabólico, produção gravada em 1948, é mais uma excepcional obra de Hitchcock. Mesmo com meus elogios ficando repetitivos, não tenho o direito de omitir o que penso após assistir um filme como este. O longa, assim como Janela Indiscreta, é gravado em apenas um cenário e tem como principal característica trazer a tona a mente insana de um psicopata, que é capaz de convencer pessoas de que é inocente, ou até então, fazer um jantar de despedida em cima do túmulo de sua vítima.


O filme é baseado em uma história real da morte de um adolescente de 14 anos, assassinado em 1924, após ser raptado por 2 de seus melhores amigos. No filme, Brandon (John Dall) e Phillip (Farley Granger), assassinam seu amigo Davie, pelo motivo banal de se considerarem superiores intelectualmente a ele. O crime é realizado na casa de Brandon, e de maneira psicopata o jovem marca uma janta, com a desculpa de ser a despedida de Phillip, tudo com a intenção de reunir em um mesmo ambiente o corpo da vitima e seus familiares. Para dar um clima ainda mais emocionante a sua trama, ele faz com que a janta seja servida exatamente onde está escondido o corpo de Davie. A arma do crime, uma corda, a presença da namorada, tudo contribui para um clima de suspense incrível, sendo sacramentado com a chegada do professor Ruper Cadell (James Stewart), que tem papel preponderante na história, uma vez que seus ensinamentos levam Brandon a planejar o crime e o professor também é, quem primeiro percebe a ideia diabólica de seu ex-aluno.


Festim Diabólico é uma das primeiras produções de Alfred Hitchcock e consegue de maneira maravilhosa deixar o espectador preso ao enredo, uma vez que, a qualquer momento o crime pode ser descoberto. O fato de familiares do morto estarem presentes, aliados a uma atuação maravilhosa de Dall e Granger, dão a produção um ar sinistro e dramático. O autor explora muito bem o lado psicopata de Brandon e o lado humano de Phillip, se isso for possível em um assassino, já que, enquanto o anfitrião quer fazer daquele momento do assassinato inesquecível, seu amigo não vê a hora do tormento chegar ao fim, nos dando a clara sensação, nas entrelinhas, de que só cometeu aquele crime porque foi persuadido por Brandon, o grande mentor de toda situação. Ainda assim, Hitchcock também nos mostra que mesmo o maior de todos os psicopatas, não consegue esconder por muito tempo o crime. O professor Ruper, percebe e tem a certeza do assassinato muito mais devido a dicas de Brandon do que de Phillip. Enfim, para terminar com chave de ouro, temos uma cena final maravilhosa em que por alguns instantes levantamos do sofá torcendo pela solução ou não do crime. Tudo isso, finalizado com uma crítica aos pseudo intelectuais que se julgam superiores a outros e apenas por isso cometem atos ilícitos como um assassinato. Ufa, quanta coisa a ser dita, calma respira, logo tem mais.


A técnica da produção ainda se mostra precária. O filme todo é gravado em um único estúdio, sem dispor de tecnologias. Em diversos momentos o movimento da câmera é tremido nos dando a sensação de que o cinegrafista sofria de Parkinson. Deixando a brincadeira de lado, Hitchcock consegue fazer milagres com o que lhe é disponível e mesmo com todas as dificuldades nos presenteia com uma obra prima, Festim Diabólico. Em alguns momentos, as pessoas são completamente ignoradas em cena, embora o dialogo siga rolando, tudo isso pq Alfred, no alto de sua esperteza, dá ênfase na mesa, afinal, ali embaixo estava guardada a grande prova do crime, e o público sabedor disso, fica atento e preso na telinha, esperando que naquele momento alguém abra ou descubra que ali estava o até então sumido Davie.


O filme é enriquecedor, uma experiência diferente. As duas últimas produções de Alfred que assisti me animaram demais, e me deram a certeza de que fizemos a escolha certa ao selecionarmos ele como nosso diretor. Assistindo suas obras primas, fugimos do cinema convencional e passamos a admirar produções que nos deixam ligados a detalhes que antes passavam batidos, como diálogos e expressões. Detalhes estes, deixados de lado em grandes produções hollywoodianas e seus milhares de efeitos especiais.


Portanto, só posso terminar, de uma maneira:

Obrigado por tudo, Alfred Hitchcock

quinta-feira, 8 de abril de 2010

JANELA INDISCRETA, DE ALFRED HITCHCOCK


Está é para mim à grande produção do Mestre Alfred Hitchcock. Um Corpo que cai é bacana, Psicose excelente, agora na minha modesta opinião, nada se compara a Janela Indiscreta, uma verdadeira obra prima do cinema. Neste filme, temos a belíssima atuação de James Stewart e Grace Kelly, um roteiro impecável e uma história sufocante capaz de te deixar vidrado nos acontecimentos durante todos os quase 120 minutos de exibição. Jeff, interpretado por Stewart, é um repórter incapacitado para trabalhar, desta maneira, ele passa a ficar o dia todo em sua janela observando o que acontece na vizinhança, pegando intimidade involuntária e passando a descobrir um pouco mais sobre seus vizinhos. Em determinado momento da história, passa a perceber atitudes estranhas de seus “objetos” de observação, em especial o casal Thorwald, culminando com o sumiço repentino da Senhora Thorwald, fazendo com que, apenas o marido permaneça no apartamento, o que gera desconfianças no repórter, trazendo a tona uma busca incessante para se solucionar o sumiço da esposa.

Esse filme é sensacional, por diversos aspectos. Primeiramente vemos um voyeurismo sendo tema de uma produção feita em 1955, quando nem se imaginava a possibilidade da realização de reality shows. Porém, já se mantinha enorme curiosidade sobre o que acontece na vida do vizinho, o que é claro de se perceber ao vermos que o ator principal chega a passar noites sem dormir, ou então cochila com o binóculo na mão, apenas para manter o exercício da observação. Também é notório nesse filme o clima de suspense causado pela distância em que vão acontecendo as cenas, que são vistas apenas pela janela de Jeff, assim, além de vc não ter certeza do que está ocorrendo, é preciso ficar ligado, pq a vista não é privilegiava, logo, cabe a vc buscar pequenos detalhes que ajudem a definir certas situações do filme. Por fim, o fato da história se desenrolar em praticamente 2 cenários é algo inovador, mas ainda assim, mesmo podendo se tornar algo enjoativo, todo o suspense e a espera pela solução do mistério, faz com q a pessoa nem note e nem sinta a necessidade de uma mudança de plano no decorrer da produção, coisas que só Alfred Hitchcock faz pra vc.


Em resumo, considero essa a grande obra da carreira de Hitchcock, não apenas pela belíssima história, mas por toda a inovação de fazer um filme completamente fora do que era comum na época. Ousar de maneira tão profunda levando as pessoas a refletirem sobre como por muitos momentos nos preocupamos mais com a vida do vizinho do que com a nossa. E ouso dizer, pq não, que Hitchcock em Janela Indiscreta fazia uma profecia sobre o que nos esperava no futuro, já que atualmente, nada rende mais ibope do que voyeurismo e reality shows.


Alguns filmes contemporâneos tiveram histórias baseadas e seguindo a linha de Janela Indiscreta, o principal exemplo é Paranóia de D. J. Caruso, história de um garoto cumprindo prisão domiciliar que obrigado a não sair de casa passa a investigar a vida de seus vizinhos e descobre situações misteriosas envolvendo um deles. Mesmo com toda a tecnologia interna e externa, Paranóia ainda fica muito atrás de todo o glamour e satisfação que Janela Indiscreta dá ao telespectador. Quem não viu veja, vale a pena.


Postado por: Luiz Henrique de Oliveira

MELHORES FILMES DE HITCHCOCK, DE ACORDO COM FÃS

Pois bem, mesmo sendo um cineasta com produções não contemporâneas, Alfred Hitchcock consegue ter e manter fãs que admiram seu trabalho. Estes inclusive realizam debates sobre suas produções em comunidades na Internet. Jovens, adultos, idosos, todos se reúnem em torno de um gosto em comum, os belos e lendários suspenses do cineasta inglês. Buscando descobrir o gosto dos fãs de Hitchcock e tentando fazer uma eleição de suas melhores produções, a equipe da Engel Cinema, foi até 2 comunidades no Orkut de Hitchcock, para trazer ao blog os resultados de algumas pesquisas feitas sobre temas como; qual a melhor produção de Alfred e qual tem mais explícito o elemento suspense. Segue abaixo o resultado das pesquisas mais votadas nestas 2 comunidades que possuem mais de 2 mil membros.


ENQUETE 1: QUAL O MELHOR FILME DE HITCHCOCK (221 VOTOS)


1° Psicose: 50

2° Um Corpo que Cai: 43

3° Janela Indiscreta: 34

4° Festim Diabólico: 24

5° Os Pássaros: 17


ENQUETE 2 QUAL O MELHOR FILME DE HITCHCOCK (291 VOTOS)


1° Psicose: 112

2° Janela Indiscreta: 70

3° Um Corpo que Cai: 69

4° Os Pássaros: 31

5° Festim Diabólico: 22


ENQUETE 3: EM QUAL FILME DE HITCHCOCK O ELEMENTO SUSPENSE É MAIS EXPLÍCITO (49 VOTOS)


1° Psicose: 17

2° Janela Indiscreta: 12

3° Os Pássaros: 9

4° Disque M para Matar: 8

5° Um Corpo que Cai: 5


Em resumo, vemos que Psicose, Janela Indiscreta e Corpo que Cai são as três produções mais lembradas pelos adeptos de Alfred. A primeira colocada não é surpresa, já que foi regravada e possui grande apelo midiático, já as outras duas produções, estão ali muito mais por méritos próprios e por serem filmes que valem a pena ser assistidos, não que Psicose não tenha seu valor, mto pelo contrário.


sábado, 20 de março de 2010

INTRIGA INTERNACIONAL, DE ALFRED HITCHCOCK


Intriga Internacional é mais um filme de Alfred Hitchcock que recebeu diversos elogios por sua originalidade e inovações que nos são apresentadas. Em minha visão, a trama não está entre as melhores de Alfred, porém, existem diversos pontos que merecem destaque e fazem dela obrigatória de ser assistida. Intriga Internacional, é um misto de suspense, ação, comédia e aventura, tudo na medida certa para manter o espectador atento e vidrado no desenrolar dos acontecimentos. No filme, o publicitário Roger Thornhil, interpretado pelo lendário Cary Grant, é confundido com um agente chamado George Klapan e acaba sendo perseguido por membros de uma misteriosa organização que o acusam de roubar um microfilme secreto. Baseado nisso, a história se desenrola e nos traz diversas cenas que marcaram a história do cinema.

Em se falando do suspense que o filme nos mostra, ele fica mais restrito a algumas cenas, a história por si só, não é daquelas de arrepiar e que nos traz grandes revelações, a própria resolução do mistério é um tanto quanto simples e dentro daquilo que era esperado desde o inicio da trama. Porém, existem cenas de ação e suspense que valem o filme todo, podendo ser citadas algumas como:

1-A perseguição a Roger pelo avião: É considerada uma das mais lendárias cenas do cinema, em cerca de 5 minutos de um silêncio quase absoluto, Hitchcock consegue manter o espectador atento, esperando qual será o desenrolar e o final daquela misteriosa situação. E quem esperou não se desaponta, já que para a época, aquela tomada foi uma das mais lendárias em se tratando de longas metragens.

2-A cena da facada de Roger em um agente da ONU. Foi sensacional pela ação que se desenvolveu pós ataque, o publicitário, que não era culpado, foi buscando meios e modos de fugir e ao se tornar procurado pela polícia, faz com que se gere uma expectativa de que ele seja preso, prendendo a atenção e aflorando os nervos de quem assiste a trama.

3-A cena final onde no Grand Cânion, Roger e o vilão Vandamm, fazem uma espécie de último confronto que culmina na morte do último. Cena cheia de ação e com quedas dos corpos dos vilões que inova e deixa boquiaberto o público da época.

4-O simples fato de Hitchcock fazer um filme de espionagem em um período de Guerra Fria, onde isso era um medo comum dos americanos,faz desta produção algo intrigante e que chama a atenção.

Em suma, a história não é tão emocionante e bem elaborada, porém o toque de suspense, o romance entre Roger e Eva, interpretada pela belíssima Eve Kendall, e toda a comédia que o ator principal, Cary Grant, nos proporciona durante o filme, faz da produção bastante intrigante, leve e interessante. Para a época, inovou bastante no quesito de conspirações internacionais e afins, porém, a história fica bastante longe de diversos filmes de espionagens que vemos atualmente, como Jogo de Espiões, A Intérprete, O Chacal, dentre outros.

NOTA: 6,5

Postado por: Luiz Henrique de Oliveira Santos

terça-feira, 16 de março de 2010

PSICOSE, DE ALFRED HITCHCOCK


Psicose é considerada para muitos o melhor filme da cinegrafia de Alfred Hitchcock. Também é visto como um marco nos filmes de suspense, já que, é o primeiro do gênero, a utilizar mudanças de câmeras e planos, capazes de prenderem a atenção do espectador, que em todo o desenrolar da história, espera algum acontecimento fatal. A trilha sonora também dá um toque especial e angustiante e prende ainda mais quem assiste a produção e espera que esteja perto de acontecer algo relevante e assustador a cada vez que a famosa música toca de fundo.

Quem está acostumado a assistir as produções de suspense nos dias atuais, dificilmente se encantaria com Psicose, porém, analisando todos os paradigmas da época em que o filme foi lançado (1960), fica notável o quanto ele foi único e inovador no segmento. As próprias cenas de mortes, em especial a do banheiro, são vistas como inéditas para a época e quebram diversas barreiras que foram fundamentais no crescimento e inovação do gênero suspense. Mas como disse acima, a grande sacada de Hitchcock é saber utilizar o jogo das câmeras, os posicionamentos e mudanças de planos, tudo afim de através do cenário trazer uma sensação inigualável de suspense e angústia. A cena da fuga de Marion Crane no seu carro, com vozes de fundo, é quase irrelevante dentro da história principal, porém é um exemplo de como Alfred era perito em buscar prender a atenção de quem assiste para que este tente identificar quais os caminhos que o personagem irá seguir.

A história de Psicose também é cheia de desenrolares que confundem e deixam boquiabertos quem assiste. Como um exemplo está o fato da “personagem principal”, que na verdade é secundária, a secretária Marion Crane, ser assassinada no meio do filme, mudando todas as possibilidades e expectativas sobre o que iria acontecer, causando uma nova espera para o desenrolar do enredo. Exemplificando, quem assiste estava ligado na fuga de Marion e não espera que na realidade a fuga seja secundária, perante ao assassinato que iria acontecer. Esse tipo de jogada arriscada de Alfred, é que faz dele tão reverenciado no cinema mundial. Além disso, o jogo psicológico e atuação fria e calculista do assassino Norman Bates, interpretado por Anthony Perkins, fazem com que até certa parte dos acontecimentos, ninguém acredite que seja ele quem está matando, o que faz com que todos, mantenham expectativas e até se surpreendam com o final.

Em resumo, Psicose é uma bela arte de Hitchcock, vale a pena ser assistido pela história em si e também a titulo de comparação com o cinema atual, para que possamos notar que independente de efeitos especiais e tecnologias, o que vale mesmo é o enredo e as técnicas utilizadas na produção.

NOTA: 8,5

POSTADO POR:

Luiz Henrique de Oliveira Santos

segunda-feira, 8 de março de 2010

IMAGENS DO CINEMA

ZOOTRÓPIO

O zootrópio ou roda-da-vida foi criado em torno de 1834 pelo relojoeiro inglês William Horner. Trata-se de um tambor giratório com frestas em toda a sua circunferência. Em seu interior, montavam-se sequências de imagens produzidas em tiras de papel, de modo que cada imagem estivesse posicionada do lado oposto a uma fresta. Ao girar o tambor, olhando através das aberturas, assiste-se ao movimento. Informações retiradas do site http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=866&sid=7

Zootrópio 1: Retirado do site planetanimado.com.br.

Zootrópio 2: Retirado do site estrelaseouricos.sapo.pt/.../pt-PT/Default.aspx.

LANTERNA MÁGICA

Gravura retirada do site: pipocacombo.virgula.uol.com.br/.../

Estranhos espetáculos, sem dúvida: com a sua lanterna e um aparelho dos mais engenhosos, Robertson fazia aparecer espectros e fantasmas. Estas macabras fantasias estavam ainda longe do nosso cinema, mas, com elas, impunha-se já a idéia de um espetáculo tendo por base a projeção. A origem da lanterna mágica é provavelmente muito antiga, mas foi apenas no século 17 que o padre jesuíta alemão Athanasius Kircher a descreveu de forma precisa. O princípio desta lanterna consiste em fazer aparecer, em tamanho ampliado, sobre uma parede branca ou tela estendida num lugar escuro, figuras pintadas em tamanho pequeno, em pedaços de vidro fino, com cores bem transparentes. Este aparelho foi aperfeiçoado pelo sábio físico e aeronauta Robertson, em 1799, que renovou os surpreendentes efeitos com um aparelho denominado "fantasmacópio" tirando patente deste.
O fantasmacópio nada mais era do que uma lanterna mágica montada sobre quatro rodas, permitindo afastar ou aproximar da tela, a fim de ampliar ou diminuir, à vontade, as figuras projetadas.

Informações retiradas e adaptadas do site http://www.ernestoleibovich.com.br/lanternamagica.htm


Este aparelho trazia o movimento em profundidade que ninguém havia imaginado.Pensava-se até então que a arte das projeções se limitava a passar as imagens num movimento lateral, uma vez regulada a distância do objetivo com relação à tela de fundo. Com um "fantasmacópio", Robertson surpreendia os espectadores fazendo surgir sobre eles, personagens medonhos inspirando-lhes terror.

Graças ao seu engenhoso sistema, Robertson realizou espetáculos aos quais deu o nome de “fantasmagoria”. O "fantasmacópio" não era visível à nenhum espectador: situava-se atrás de uma tela oleosa ou dissimulado em um canto da sala, para projetar seus fantasmas sobre nuvens de vapor provenientes de um caldeirão. De cada lado do "fantasmacópio", evoluíam os projecionistas, uma lanterna fixada no ventre para animar as superfícies da tela mais ou menos reduzidas, por projeções de pássaros estranhos, morcegos e esqueletos inquietantes.

CINETOSCÓPIO

topicosespeciais.wordpress.com/category/cinema/


Em 1889, o assistente de Thomas Alva Edison, William Dickson, inventou um sistema de engrenagem para uma tira de 15m de película de celulóide. O cinetoscópio de Edison, patenteado em 1891, permitia a observação através de um furo, e foi o precursor de todos os subseqüentes aparelhos de filmar, passando a largura do seu filme para 35mm a ser considerada internacionalmente.


SOMBRAS CHINESAS

crocodilovoador.blogspot.com/

Diz-se que na China, os bonecos animados começaram há dois mil anos. Algumas autoridades neste assunto dizem que as sombras foram o primeiro tipo de boneco utilizado para teatro, há cerca de mil anos.
As Sombras Chinesas são figuras recortadas tradicionalmente em couro e atualmente mais usadas em cartão liso ou acetato. Não são difíceis de fazer nem de manipular e mesmo que sejam construídas sem grande rigor parecem sempre surpreendentemente delicadas quando vistas em sombra.
As figuras recortadas são presas por arames e encostadas a um “ecran ” (quadro branco onde se projeta a imagem dum objeto; hoje, também um sinônimo de tela de cinema) translúcido no qual incide uma luz. O movimento dos Bonecos é feito por arames ou fios e pode ser visto pelo público do outro lado do “ecran”.
As “Sombras Chinesas” são manipuladas por baixo e por trás, normalmente por uma vara e por vezes por meio de fios. É mais comum o uso de uma vara principal para segurar e mexer a figura, podendo depois serem utilizadas varetas e fios extra para os movimentos dos membros e da cabeça. As figuras são convencionalmente apresentadas umas em perfil, outras de frente e podem ser decoradas recortando pequenos buracos.
A cor pode ser introduzida cobrindo os buracos com acetato ou papel celofane coloridos.

Informações retiradas e adaptadas do site http://pt.shvoong.com/humanities/1845048-sombras-chinesas/

HISTÓRIA DO CINEMA

Os irmãos Lumiére foram no período de 1895 a 1915 os percursores do cinema, sendo a primeira exibição realizada no dia 22 de março de 1895 no subsolo do Grand Café, Paris, apresentando o filme "La Sortie des Usines Lumière"

PRIMEIRA EXIBIÇÃO EM 1985

"LA SORTIE DES USINES LUMIÉRE"

OUTRAS OBRAS ANTIGAS:

Le Voyage dans la Lune - 1902

Primeiro a utilizar efeitos especiais, produzido pelo francês Georges Meliés

L’ Homme à La Tête en Caoutchouc -1902

Produzido por Georges Meliés

Life of an American Fireman - 1903

Filme de Edwin S. Porter, História de um bombeiro americano

The Great Train Robbery - 1903

Filme de Edwin S. Porter, utilizava novas técnicas narrativas e tinha duração de 20 minutos.