sexta-feira, 28 de maio de 2010

ALGUMAS PRODUÇÕES DO NEO-REALISMO ITALIANO

Ossessione, 1942, Luchino Visconti

Uma das primeiras obras do neo-realismo que acabou sendo implacavelmente perseguida pelas autoridades, sendo censurada e praticamente destruída. No final da guerra, não havia disponíveis cópias do filme, a perseguição se deveu pela critica aos rumos que a Itália vinha tomando que eram evidenciados na produção.


Roma, Cidade Aberta 1945 Roberto Rosselini

Essa obra marca o surgimento do cinema que tratava da situação social rural e urbana que acontecia na Itália com o fim da segunda guerra mundial. Como o público alvo era as classes menos favorecidas, o autor adotava uma linguagem simples e sem muita complexidade, que veio a se tornar característica do neo-realismo. O filme possui imagens clandestinas registradas durante o período de guerra, que fazem das pessoas comuns atores da produção.


Paisà 1946 Roberto Rosselini

Outro filme com características neo-realista em que o autor busca explorar o contato entre o povo americano e italiano, visando fazer uma apologia à liberdade e mostrar a importância da luta pela igualdade entre classes e povos.


Ladrões de Bicicleta Vittorio de Sica 1948

Mais um filme que tratava de questões da realidade, mostrando o que acontecia com o “povão”, também é um marco pela utilização na produção de atores não profissionais.

sábado, 22 de maio de 2010

NEO-REALISMO E SUAS QUESTÕES


Como vivia a Itália no surgimento do neo-realismo? Vivia as ruínas do pós guerra, com perdas econômicas, humanas e financeiras. Além de não haver dinheiro nem para a alimentação da população, o sul do país, chamado de Mezzogiorno, ainda era palco de batalhas entre os exércitos aliados e alemães, ou seja, o grosso da guerra havia acabado, porém, ainda haviam focos de conflitos em regiões mais afastadas. Mesmo com todos esses problemas, o neo-realismo foi possível de ser realizado, o que para muitos era algo improvável, desta feita, alguns princípios foram fundamentais para o funcionamento desta escola, dentre eles:

1- A utilização de pessoas comuns como atores dos filmes. Mesmo com estas não tendo contato nenhum com as câmeras em suas vidas, elas eram peças fundamentais na produção, o que consequentemente barateava e simplificava seus custos;

2-Filmagens ao ar livre, deixando de lado a utilização de estúdios, e trazendo a tona as maravilhas naturais e equívocos sociais da Itália, fazendo até mesmo um contraste entre ambos;

3-Ao não utilizar estúdios e dispensar em algumas produções atores, ocorria um consequente barateamento nos custos, o que não gerava um empobrecimento na produção;

4-Temas atuais do cotidiano, aquilo que estava em foco na sociedade, gerando curiosidade e reflexão nas pessoas que assistiam aos filmes. Além disso, as obras traziam a possibilidade de você assistir algo que acontecia em outras regiões das quais as pessoas não tinham contado.



Os temas tinham cunho social, apelando para o sentimental, mostrando por diversas vezes a exploração e lutas da classe trabalhadora, o simples acabava se tornando complexo em meio à possibilidade de reflexões que as obras traziam a tona para o espectador. Em muitas destas produções, os próprios nativos da região eram os protagonistas, o que dava mais ênfase no “realismo” deste período. Com o neo-realismo ficou provado que era possível fazer cinema sem recursos, mas com qualidade, sendo assim uma escola marcante na história cinematográfica. Um estudante de cinema, jornalista, precisa e deve conhecer o neo-realismo para compreender o cinema atual e analisar obras que trazem a tona este cunho social.

A Engel Cinema espera conseguir traduzir estas problemáticas em sua análise do neo-realismo, os períodos conturbados são aqueles que mais trazem a tona questões recorrentes nesta escola, e embora muitos pensem que não vivemos uma época propicia para este tipo de produções, a realidade é outra e pode ser encontrada em nossa própria cidade, e como não, do lado de nossa universidade(Vila “Pinto”).

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O NEO-REALISMO



O neo-realismo foi uma corrente artística de meados do século XX com uma ideologia marcante de esquerda/marxista. Esta corrente teve diversas ramificações nas artes, mas conseguiu seu apogeu no cinema, isso devido à maior influencia que uma obra cinematográfica tem perante o seu espectador, além de que, atende um público muito maior em um curto período de tempo. Desta feita, diversos autores utilizaram-se do cinema para divulgar suas obras com caráter ideológico no período do neo-realismo.


A corrente teve seu ápice nas décadas de 40 e 50, e buscava em suas obras transmitir através de características marxistas a consciência de classe e suas lutas, tendo como base os conflitos sociais e defendendo os menos favorecidos, como camponeses e operários. O neo-realismo e suas correntes são vistos como algo que analisa, agride, protesta, tentando tomar uma visão critica das relações sociais.


A principal corrente cinematográfica do neo-realismo foi o cinema italiano. Este período ficou conhecido como o apogeu do cinema deste país europeu, ele nasceu num momento critico da história italiana, após o término da segunda guerra mundial. Amanhã será postado no blog, algumas das principais produções cinematográficas deste período.

sábado, 1 de maio de 2010

MAKING OFF GRAVAÇÃO DE CENA JANELA INDISCRETA

OS 2 PERSONAGENS PRINCIPAIS DE JANELA INDISCRETA



L. B. Jefferies


Quem é Jeff no filme Janela Indiscreta? Um solteirão de idade avançada que apesar de ser apaixonado pela bela Lisa, morre de medo de se casar. Podemos analisar Jeff de 2 maneiras, na primeira, vemos um solteirão que perde tempo bisbilhotando e xeretando a vida dos outros, e que com isso, acaba deixando suas próprias responsabilidades de lado. De outra maneira, vemos um homem determinado a fazer justiça, que percebe atitudes estranhas em um dos seus vizinhos e vai até o fim em busca de uma solução para o caso. Aí está mais uma magia de Hitchcock, ele consegue nos disponibilizar diversas análises sobre um de seus personagens, fazendo com que Jeff, seja muito mais do que simplesmente o protagonista mocinho do filme, ele também é alguém complexo e com defeitos claros, como o fato de ter medo de encarar suas responsabilidades e se casar com Lisa. Jeff é fotografo e passa o filme sem praticar sua profissão devido a um machucado na perna, não é dito escancaradamente na produção os motivos que levaram a enfermidade de Jefferies. Ele parece ser um homem de bom papo, com amigos fiéis e que consegue manter a seu lado as pessoas de quem gosta, mesmo com os seus defeitos já ditos acima. Esse é Jeff, o protagonista do filme Janela Indiscreta, interpretado por James Stewart, ator acostumado a fazer produções de Hitchcock, destaca-se, Festim Diabólico.


LarsThorwald


Interpretado por Raymond Burr, Thorwald é o típico personagem assassino frio e calculista de Hitchcock, assim como foi Brandon em Festim Diabólico e Norman Bates em Psicose, com a diferença que Thor é visto sempre de maneira longínqua, o que nos faz ter duvidas sobre o fato dele realmente ser um mau elemento ou não. As frases de Thorwald são quase nulas durante o filme, o julgamento do espectador para com o assassino se dá apenas por gestos e atitudes que ele toma sendo vistas pela janela de Jeff. Não temos claramente os motivos que levaram Lars a assassinar sua esposa, tudo que temos é um sujeito que demonstra braveza e com um aspecto assustador, típicos dos vilões de Alfred Hitchcock e que nos leva a temermos e querermos o mal a esse intrigante personagem.