terça-feira, 16 de março de 2010

PSICOSE, DE ALFRED HITCHCOCK


Psicose é considerada para muitos o melhor filme da cinegrafia de Alfred Hitchcock. Também é visto como um marco nos filmes de suspense, já que, é o primeiro do gênero, a utilizar mudanças de câmeras e planos, capazes de prenderem a atenção do espectador, que em todo o desenrolar da história, espera algum acontecimento fatal. A trilha sonora também dá um toque especial e angustiante e prende ainda mais quem assiste a produção e espera que esteja perto de acontecer algo relevante e assustador a cada vez que a famosa música toca de fundo.

Quem está acostumado a assistir as produções de suspense nos dias atuais, dificilmente se encantaria com Psicose, porém, analisando todos os paradigmas da época em que o filme foi lançado (1960), fica notável o quanto ele foi único e inovador no segmento. As próprias cenas de mortes, em especial a do banheiro, são vistas como inéditas para a época e quebram diversas barreiras que foram fundamentais no crescimento e inovação do gênero suspense. Mas como disse acima, a grande sacada de Hitchcock é saber utilizar o jogo das câmeras, os posicionamentos e mudanças de planos, tudo afim de através do cenário trazer uma sensação inigualável de suspense e angústia. A cena da fuga de Marion Crane no seu carro, com vozes de fundo, é quase irrelevante dentro da história principal, porém é um exemplo de como Alfred era perito em buscar prender a atenção de quem assiste para que este tente identificar quais os caminhos que o personagem irá seguir.

A história de Psicose também é cheia de desenrolares que confundem e deixam boquiabertos quem assiste. Como um exemplo está o fato da “personagem principal”, que na verdade é secundária, a secretária Marion Crane, ser assassinada no meio do filme, mudando todas as possibilidades e expectativas sobre o que iria acontecer, causando uma nova espera para o desenrolar do enredo. Exemplificando, quem assiste estava ligado na fuga de Marion e não espera que na realidade a fuga seja secundária, perante ao assassinato que iria acontecer. Esse tipo de jogada arriscada de Alfred, é que faz dele tão reverenciado no cinema mundial. Além disso, o jogo psicológico e atuação fria e calculista do assassino Norman Bates, interpretado por Anthony Perkins, fazem com que até certa parte dos acontecimentos, ninguém acredite que seja ele quem está matando, o que faz com que todos, mantenham expectativas e até se surpreendam com o final.

Em resumo, Psicose é uma bela arte de Hitchcock, vale a pena ser assistido pela história em si e também a titulo de comparação com o cinema atual, para que possamos notar que independente de efeitos especiais e tecnologias, o que vale mesmo é o enredo e as técnicas utilizadas na produção.

NOTA: 8,5

POSTADO POR:

Luiz Henrique de Oliveira Santos

Um comentário:

  1. é isso mesmo! roteiro clásssico, montagem por cortes simples e mesmo assim sempre parece novo.

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